Avançar para o conteúdo principal

Plataformas de Compras Públicas - Um problema para todo o sector das TI


As Plataformas de Compras Públicas, um conjunto de portais privados que o Estado está obrigado a usar desde o ano passado para todas as suas aquisições, arriscam-se a ser mais um problema para a imagem e credibilidade do sector das TI.

Por toda a parte se vão ouvindo queixas de mau funcionamento, interfaces mal desenhados, processos difíceis de entender, tecnologias que não funcionam, help-desks incompetentes, etc..

Considerando que estas plataformas ganharam, desde o ano passado, milhares de novos utilizadores que dependem delas para o funcionamento do seu negócio, perspectiva-se um período negro na relação entre utilizadores e informáticos, agravado pelo stress de propostas que têm que ser entregues com urgência, concursos que têm que ser processados dentro dos prazos, iniciativas que estão programadas com precisão, e dinheiro que está à espera de mudar de mãos mas não muda porque "o sistema não deixa".

Para além dos expectáveis (mas não justificáveis) bugs das plataformas, há um problema sério de falta de cultura de segurança entre utilizadores e profissionais das TI. A utilização de certificados digitais, obrigatória, ainda é muito mal compreendida e há um risco elevado de as pessoas não saberem gerir e proteger a sua identidade digital. Enquanto isso acontecer a probabilidade de perdas de negócios é mais elevada, o que será certamente agravado pela provável rigidez das plataformas que ainda estarão bastante imaturas em relação ao processo de compras públicas.

Se, no ano passado, os compradores públicos procuraram concentrar as suas compras antes de Julho para minorar os problemas derivados do uso das plataformas, já neste ano, logo que os Orçamentos entrem em vigor, não haverá forma de escapar aos problemas.

Aos compradores, uma sugestão: preparem-se e não confiem demasiado nas plataformas. Aos fornecedores: não deixem as propostas para o último dia, porque depois podem não conseguir entregá-las a tempo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Conferência Europeia da Comunidade Alfresco

Já foi há quase quinze dias, mas julgo que ainda será relevante abordar a Conferência Europeia da Comunidade Alfresco, que decorreu em Barcelona no dia 22 de Abril. Com uma audiência de mais de 200 pessoas (a sala reservada estava cheia) vindas de vários pontos da Europa, este evento serviu para que muita gente desta comunidade se encontrasse pela primeira vez face a face. A Alfresco Inc. é uma empresa recente, que apostou em criar uma solução de gestão documental de topo de gama usando o modelo open-source . Considerando que a empresa, no seu terceiro ano de actividade, já atingiu o break-even , parece ter sido uma boa aposta. No arranque da conferência esteve John Powell, CEO da empresa, que falou um bocado sobre a excelente evolução da empresa e abordou a "guerra" entre o modelo de negócios proprietário e o modelo de código aberto. Exemplificou este conflito com o Microsoft SharePoint, que ele designou como "a morte da escolha", justificando o epíteto pelo facto

Backup automático de disco USB (pen drive)

Hoje em dia toda a gente tem uma pen drive para levar os seus ficheiros de um lado para o outro. E muitas vezes está lá trabalho importante. Mas impõe-se uma pergunta: o que acontece se se perde a pen drive ? Ou se esta se avaria? Quem é que faz backups regulares da pen drive ? Muito pouca gente! Pessoalmente tenho por hábito fazer um backup cerca de uma vez por semana. Quando o trabalho é muito, faço backup mais vezes. Mas já por duas vezes as avarias me fizeram perder as versões mais recentes. E isto chateia. Por isso aqui há uns dias decidi "coçar esta comichão" e resolver o problema de forma mais sistemática: arranjei maneira de fazer um backup automático cada vez que ligo a pen drive a um computador. (sim, eu sei que há software específico para isto, mas que querem, apeteceu-me fazer mais um) A receita é relativamente simples: um script (DOS batch file ) que faz o backup , um ficheiro de definição de autorun e já está. 1. O script de backup - Basta instalar, na roo

Horário de trabalho

A trabalhar há dois meses na Irlanda, ando para escrever alguns apontamentos daqui de Dublin, mas são tantos e tão diversos que há matéria aqui para escrever um blog inteiro (e talvez ainda o faca se a inspiração vier em meu auxílio). Há no entanto uma diferença que encontrei por aqui que é muito mais marcante do que eu poderia supor poder ser, e lembrei-me deste ponto que talvez se acomode bem neste blog e no tipo de posts que por aqui há. Falo do horário de trabalho . O horário que por aqui se pratica, e que suponho generalizado, é de entrar as 9h e sair as 17h, com meia-hora de almoço. Ou seja, 7 horas e meia. Ou seja, meia-hora de diferença para o horário "normal" de Portugal. E que diferença que essa diferença faz... Os irlandeses não são muito "fanáticos" com o trabalho e os horários, não se trata de regimes "autoritários" como parece ser em Inglaterra ou na Alemanha - a propósito, sabem que os alemães dizem que na Alemanha a taxa de criminalidade é