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Mensagens

A mostrar mensagens de fevereiro, 2008

Recém-licenciados das TI não sabem produzir sistemas de informação

Uma das conclusões mais chocantes do recente trabalho " Competências a reforçar na formação dos profissionais de TI em Portugal ", do Grupo de Trabalho das Competências, da ANETIE é que os recém-licenciados não sabem o suficiente sobre construção de interfaces nem sobre produção de informação . Não conheço estatísticas sobre esta matéria. Mas julgo que não estará muito longe da verdade a afirmação de que mais de 90% dos licenciados em cursos ligados às TI estarão envolvidos profissionalmente na produção ou exploração de Sistemas de Informação de Gestão. Isto é: bases de dados, formulários electrónicos, relatórios operacionais ou analíticos, troca de informação entre sistemas, etc.. Ora o que a ANETIE apurou junto dos seus associados é que entre as maiores lacunas encontradas nos licenciados do sector que se vão depois dedicar à engenharia de software, os conhecimentos sobre coisas básicas como écrans de entradas de dados e emissão de relatórios são extremamente baixos. Outr

Concorrência global - resistiremos?

À minha mailbox profissional chegou hoje um email que me foi dirigido por uma empresa de outsourcing TI indiana. Já não é a primeira vez que recebo emails deste género. Mas é a primeira vez que o email é dirigido à minha pessoa e não a qualquer endereço genérico da empresa. A oferta desta empresa é simples: colocam pessoal no país por pouco mais de metade do preço do mercado. Dão-se ao luxo de prometer que o técnico que nos disponibilizam trabalhará 9 horas por dia e 5 dias por semana e não hesitará em trabalhar horas adicionais mesmo que tenha que ser ao sábado ou domingo, se o trabalho exigir. Na India, empresas de outsourcing como a Infotech empregam dezenas de milhares de técnicos e prestam serviços globais a centenas de empresas. Em 2004, o salário de um recém-licenciado na India era de $5.000 por ano e ao fim de alguns anos de experiência poderia estar a ganhar o dobro. Os salários têm vindo a subir, mas ainda estão muito longe dos praticados na Europa e EUA, permitindo às empre

"Queres copiar sem seres apanhado?"

Estão aí os vendedores de ciber-cábulas. Em resposta a um sistema de avaliação irrealista, onde a classificação dos alunos depende demasiado da sua capacidade de memorização, os alunos acham-se muitas vezes no direito de copiar nos testes. Agora há quem se aproveite disso para ganhar dinheiro. Esta manhã encontrei na caixa de email geral da empresa um email cujo assunto é "Queres copiar sem ser apanhado?". Obviamente que quem mandou este email sente-se no direito de ganhar dinheiro com a perversão do sistema de ensino. E ao enviar este email indiscriminadamente para endereços que na sua generalidade não são de estudantes, estes vendedores de tretas contam com a passividade generalizada em relação ao problema. Já é mau que os estudantes usem cábulas, mas assim nem sequer têm que as fazer. Ora fazer as cábulas é, muitas vezes, a única ocasião em que os alunos mais preguiçosos de facto estudam alguma coisa. "Demonstra que és inteligente", é outra das pérolas de marketi

Horário de trabalho

A trabalhar há dois meses na Irlanda, ando para escrever alguns apontamentos daqui de Dublin, mas são tantos e tão diversos que há matéria aqui para escrever um blog inteiro (e talvez ainda o faca se a inspiração vier em meu auxílio). Há no entanto uma diferença que encontrei por aqui que é muito mais marcante do que eu poderia supor poder ser, e lembrei-me deste ponto que talvez se acomode bem neste blog e no tipo de posts que por aqui há. Falo do horário de trabalho . O horário que por aqui se pratica, e que suponho generalizado, é de entrar as 9h e sair as 17h, com meia-hora de almoço. Ou seja, 7 horas e meia. Ou seja, meia-hora de diferença para o horário "normal" de Portugal. E que diferença que essa diferença faz... Os irlandeses não são muito "fanáticos" com o trabalho e os horários, não se trata de regimes "autoritários" como parece ser em Inglaterra ou na Alemanha - a propósito, sabem que os alemães dizem que na Alemanha a taxa de criminalidade é