Em Janeiro, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, afirmou que as expectativas da sociedade mudaram e que a que a privacidade já não é norma.
Esta postura liberal em relação aos dados das pessoas seria pouco importante se fosse apenas uma discussão teórica. Mas Mark Zuckerberg controla a maior rede social do mundo, com mais de 400 milhões de utilizadores registados e, se Mark quiser, pode saber tudo o que eles lá colocam, seja público ou privado, incluindo todas as suas ligações, fotos da família, mensagens trocadas, conversas em chat, etc.. Mais: um dos mecanismos que o Facebook nos disponibiliza para encontrarmos velhos amigos depende de lhe darmos as nossas credenciais de acesso a contas de email, incluindo a nossa palavra passe.
Notícias recentes dão conta de um processo judicial contra Mark Zuckerberg, que é acusado de usar informação confidencial registada no Facebook para entrar nas contas de email de rivais e jornalistas. Muito para além das posições públicas de Mark sobre a pouca importância que dá à privacidade individual, estas notícias indiciam uma prática de total desrespeito pela confiança que os utilizadores do Facebook nele depositaram.
Venha ou não a haver condenação, há um problema de fundo que importa abordar, e não tem a ver com um indivíduo que abusa da confiança. Em vez disso, o problema é a confiança exagerada que os utilizadores de redes sociais e aplicações partilhadas colocam nos empresários que os criaram e nos seus funcionários.
De um modo geral, quando alguém opta por colocar os seus dados num servidor que pode estar do outro lado do mundo, está a arriscar a que esses dados sejam consultados por quem não devia poder fazê-lo. O risco pode ser maior ou menor, consoante o valor dos dados e a honorabilidade da empresa. Mas o risco existe sempre.
E não tenhamos dúvidas: quando os dados contidos no servidor valerem mais do que o negócio de manter o serviço, esses dados vão ser roubados, se dermos essa oportunidade ao ladrão.
Resta saber se algum dia a vítima virá a saber disso e se haverá algum sistema de justiça com braços suficientemente longos para condenar o prevaricador que pode estar numa jurisdição longínqua.
Segundo estimativas apresentadas há pouco tempo, o valor do Facebook deve ultrapassar em breve os mil milhões de dólares, o que será justificado apenas com os enormes lucros de publicidade. Depois de ler isto, talvez comecem a suspeitar que o valor atribuído ao Facebook não é só pelo negócio da publicidade. Eu também. ;-)
Esta postura liberal em relação aos dados das pessoas seria pouco importante se fosse apenas uma discussão teórica. Mas Mark Zuckerberg controla a maior rede social do mundo, com mais de 400 milhões de utilizadores registados e, se Mark quiser, pode saber tudo o que eles lá colocam, seja público ou privado, incluindo todas as suas ligações, fotos da família, mensagens trocadas, conversas em chat, etc.. Mais: um dos mecanismos que o Facebook nos disponibiliza para encontrarmos velhos amigos depende de lhe darmos as nossas credenciais de acesso a contas de email, incluindo a nossa palavra passe.
Notícias recentes dão conta de um processo judicial contra Mark Zuckerberg, que é acusado de usar informação confidencial registada no Facebook para entrar nas contas de email de rivais e jornalistas. Muito para além das posições públicas de Mark sobre a pouca importância que dá à privacidade individual, estas notícias indiciam uma prática de total desrespeito pela confiança que os utilizadores do Facebook nele depositaram.
Venha ou não a haver condenação, há um problema de fundo que importa abordar, e não tem a ver com um indivíduo que abusa da confiança. Em vez disso, o problema é a confiança exagerada que os utilizadores de redes sociais e aplicações partilhadas colocam nos empresários que os criaram e nos seus funcionários.
De um modo geral, quando alguém opta por colocar os seus dados num servidor que pode estar do outro lado do mundo, está a arriscar a que esses dados sejam consultados por quem não devia poder fazê-lo. O risco pode ser maior ou menor, consoante o valor dos dados e a honorabilidade da empresa. Mas o risco existe sempre.
E não tenhamos dúvidas: quando os dados contidos no servidor valerem mais do que o negócio de manter o serviço, esses dados vão ser roubados, se dermos essa oportunidade ao ladrão.
Resta saber se algum dia a vítima virá a saber disso e se haverá algum sistema de justiça com braços suficientemente longos para condenar o prevaricador que pode estar numa jurisdição longínqua.
Segundo estimativas apresentadas há pouco tempo, o valor do Facebook deve ultrapassar em breve os mil milhões de dólares, o que será justificado apenas com os enormes lucros de publicidade. Depois de ler isto, talvez comecem a suspeitar que o valor atribuído ao Facebook não é só pelo negócio da publicidade. Eu também. ;-)
Viva Fernando.
ResponderEliminarA perda de privacidade e as questões inerentes à necessidade de gestão eficaz e segura da identidade digital são assuntos do momento (ou pelo menos deveriam ser). Mas estávamos nós relativamente bem se essas preocupações ficassem contidas no âmbito do Facebook. Hoje em dia ninguém tem a certeza absoluta da origem das receitas gigantescas obtidas por este tipo de redes sociais. E infelizmente há muitas plataformas onde é claro o potencial de abuso (para não dizer abertamente que há mesmo abuso).
Pensa no Google e em todas as suas vertentes de negócio: gestão de documentos, email, websites, catalogação, historiais de pesquisa, grupos de discussão, blogs e mais recentemente, Buzz, telefones e acesso à net. Se pensares em todos os dados pessoais que podem ser compilados e cruzados o cenário é assustador.
Pensa no Linkedin com os seus 60 milhões de utilizadores (e em crescimento) e no facto de nunca se poder apagar nada. Todas as mensagens, convites, discussões, perguntas, respostas, nada pode ser apagado. Tudo é arquivado, para sempre. Porquê? O custo de gestão e manutenção dos dados deve ser absurdo. Donde vêm as receitas para justificar este custo?
Data mining, customer profiling, advertising targetting, background screening ... E isto sem meter na equação a possibilidade de perda de dados por quebra de segurança ou abuso interno. Será a teoria da conspiração? Talvez... E daí que talvez não.
Um abraço,
Carlos.
Os dados da vida pessoal ou profissional actualmente colocados online já são são suficientes para permitir cruzamentos de informação diversos.
ResponderEliminarO facebook é apenas o que actualmente é mais mediático. Mas nele as pessoas colocam a informação que sabem estar a expôr aos seus contactos. A google, por exemplo apresenta serviços gratuítos onde aspectos muito importantes da vida de cada um é armazenado nos seus servidores.
Com a informação de que estes podem dispôr eu seria provavelmente capaz de efectuar pesquisas que descreveriam os aspectos mais privados e tendências da vida das pessoas.
Eu tenho um sentimento ambivalente em relação à utilização das ferramentas. Por um lado elas são muito úteis e funcionais (as da google), por outro tenho consciência que eles poderão saber o que faço, quando faço, ter acesso a conversas privadas (no email ou chat), o que me interessa e pesquiso (com as pesquisas ou o youtube), a minha rede de contactos (google contacs) ou as pessoas com quem estive (veja-se o poder do reconhecimento de caras recentemente lançado no picasa). Preparam-se agora para entrar no mercado das telecomunicações com o google voice e sabemos que andam a gastar milhões no reconhecimento de texto a partir de áudio.
Ganhando a google o seu dinheiro com a publicidade, questões como o marketing e publicidade dirigida que se viu no Minority Report estão perto de se tornarem realidade. Imaginem as possibilidades de venda de informação que poderão ter numa aflição de tesouraria.
Tudo isto é assustador e maravilhoso ao mesmo tempo e na minha opinião a postura a adoptar deve ser de participação e pressão para que novas ferramentas sirvam para mais produtividade e melhores relações entre as pessoas. As associações é um dos meios. A pressão política é outra. E claro está alguns cuidados (como por exemplo a da password do email).
Mas não tenhamos ilusões...estes meios e mega grupos económicos são para já imparáveis de tão úteis que podem ser.
Tudo isto é de facto fantástico! A integração entre sistemas, sites, gadgets é cada vez maior.
ResponderEliminarImagino os portugueses durante os descobrimentos... por um lado havia mil riquezas por explorar, o comércio a fazer, lucros imensos à nossa espera. Por outro, eram os piratas dos mares da China, os europeus (sobretudo ingleses), a concorrência dos espanhóis e a pequena capacidade logística.
Ambas foram ou são épocas de globalização, de grandes riscos, mas também de enormes oportunidades. Enquanto não for completamente regulado, vamos avançando às cegas.
O importante é que ultrapassamos barreiras diariamente (TV 3D!?!?) e as oportunidades estão todas aí.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEFF Posts Documents Detailing Law Enforcement Collection of Data From Social Media Sites (aqui)
ResponderEliminarOu como dizia o outro, a unica maneira de garantires a tua privacidade online é nao interessares a ninguem...
eu pensava que o facebook era só para jogos hehehhe.
ResponderEliminaraquilo é só spam