Não sei quando isto aconteceu. Suspeito que tem vindo a acontecer devagarinho ao longo dos anos, mas torna-se cada vez mais aparente.
Nos primórdios da informática, ser um bom programador era uma coisa que merecia respeito. Um programador era alguém que dominava a tecnologia e a punha a fazer o que era necessário. Era um herói. Alguém que justificava os mitos urbanos sobre computadores extraordinários e aplicações revolucionárias que traziam lucros fabulosos às empresas.
Hoje, a imagem que se tem de um programador é alguém com mais de 50 anos, que nunca tirou um curso e que está "encalhado" a manter aplicações velhas. Em vez de programador, qualquer informático que se preze começa a sua carreira como Consultor. E não pára por aí, evidentemente. Em breve o Consultor tem que passar a Chefe de Projecto. O curioso é que depois anda uma série de anos a gerir projectos de uma pessoa! ;-)
Parece-me que há aqui vários equívocos, quer nas empresas quer na cabeça dos técnicos.
Vejamos:
Quanto às empresas, provavelmente fariam melhor em incentivar os bons programadores a manterem-se nessa carreira, dando-lhes o respeito que eles merecem. Lembremo-nos que um bom programador pode ter uma produtividade 50 vezes superior a um programador medíocre. Mas só se chega a bom programador se se estiver motivado. Ora a atitude actual de considerar o programador como um elemento menor nas equipas de desenvolvimento só motiva o profissional a fazer o que puder para não ser confundido com um deles.
O resultado é que temos programadores que têm vergonha de o ser, chefes de projecto sem experiência, e equipas de desenvolvimento com baixa produtividade.
Nos primórdios da informática, ser um bom programador era uma coisa que merecia respeito. Um programador era alguém que dominava a tecnologia e a punha a fazer o que era necessário. Era um herói. Alguém que justificava os mitos urbanos sobre computadores extraordinários e aplicações revolucionárias que traziam lucros fabulosos às empresas.
Hoje, a imagem que se tem de um programador é alguém com mais de 50 anos, que nunca tirou um curso e que está "encalhado" a manter aplicações velhas. Em vez de programador, qualquer informático que se preze começa a sua carreira como Consultor. E não pára por aí, evidentemente. Em breve o Consultor tem que passar a Chefe de Projecto. O curioso é que depois anda uma série de anos a gerir projectos de uma pessoa! ;-)
Parece-me que há aqui vários equívocos, quer nas empresas quer na cabeça dos técnicos.
Vejamos:
- A mais importante actividade informática é a criação de sistemas de informação e para isso é preciso fazer duas coisas: programas e bases de dados
- Um consultor, por definição, é alguém que consultamos para obter opiniões, com base na sua experiência; contratar alguém que se designa consultor sem ter experiência e pô-lo a executar o trabalho é uma perversão do conceito e um erro
- A chefia de projectos só pode ser bem executada por alguém que, para além de uma grande experiência nas tecnologias e metodologias a utilizar, tem boa capacidade organizativa e sabe gerir o "cliente"
- Dada a grande evolução das tecnologias e metodologias, um chefe de projectos nunca pode deixar de actualizar os seus conhecimentos no desenvolvimento das aplicações, caso contrário perderá a principal justificação para lhe serem atribuídos projectos para gerir
Quanto às empresas, provavelmente fariam melhor em incentivar os bons programadores a manterem-se nessa carreira, dando-lhes o respeito que eles merecem. Lembremo-nos que um bom programador pode ter uma produtividade 50 vezes superior a um programador medíocre. Mas só se chega a bom programador se se estiver motivado. Ora a atitude actual de considerar o programador como um elemento menor nas equipas de desenvolvimento só motiva o profissional a fazer o que puder para não ser confundido com um deles.
O resultado é que temos programadores que têm vergonha de o ser, chefes de projecto sem experiência, e equipas de desenvolvimento com baixa produtividade.
Para ser sincero desde há algum tempo desprezo termos que considero eufemismos politicamente correctos como consultor (em vez de programador ou administrador de sistemas, et al), colaborador (em vez de funcionário), e outros.
ResponderEliminarQuando as pessoas me perguntam o que faço costumo responder que sou programador. Ou agora estudante.
De qualquer modo, com o passar do tempo, começo a compreender melhor porquê o uso de termos destes não é tão ridículo assim.
Por exemplo consultor: Hoje em dia no mercado de trabalho é esperado que ponhamos as coisas a funcionar e tenhamos competências multi-disciplinares. Eu já fiz coisas de administrador de sistemas e conheço administradores de sistemas que programam. A linha de separação às vezes consegue ser um bocado ténue. Por isso usa-se uma palavra quase desprovida de significado como consultor para classificar uma actividade destas.
Quanto a colaborador: penso que a separação entre trabalho e lazer está a desvanecer-se. A maioria das pessoas trabalha do sector dos serviços. Com o uso das novas tecnologias da comunicação muitos destes serviços podem ser executados de uma forma remota. Sei de empresas norte-americanas que contratam pessoas para fazer administração de sistemas e programação assim. O uso de tecnologias de comunicação sem fios permite teletrabalho de uma forma eficiente. O trabalho pode ser em qualquer lugar a qualquer hora.
Em suma:
Penso que a sociedade está a tender para uma forma em que o trabalho e vida de cada um se misturam cada vez mais.
Estamos a assistir a uma devolução industrial. As pessoas são procuradas não como peças especializadas numa máquina de produção industrial de massa, mas como integradores e comunicadores no sector dos serviços.
A palavra "consultor" está, de facto, desprovida de significado devido ao abuso que dela se faz.
ResponderEliminarHá consultores/programadores, consultores/vendedores, consultores/espíritas e claro, os consultores que sabem mesmo qualquer coisa mais que os outros! ;-)
Eu tinha um professor que nos dizia que um consultor era alguém que a empresa chamava, quando queria alguém de fora, para lhes dizer aquilo que eles já sabiam.
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