Desta vez é em França. Há uma contestação crescente à utilização de máquinas de voto electrónico. As pessoas não têm confiança - e com razão, como se viu pela praga de problemas que infestou as eleições presidenciais nos EUA (onde só 13 dos 50 estados obrigam a auditorias à votação electrónica).
A Holanda também já teve a sua quota de problemas, porque já usa estes sistemas há alguns anos. Há até uma companhia (NEDAP) que tem um quase-monopólio das máquinas usadas na Holanda. E uma história engraçada (porque é lá no país deles e não no nosso) de como um grupo de peritos conseguiu provar que as máquinas são facilmente manipuláveis por pessoas estranhas antes das eleições.
Os problemas de segurança das máquinas da NEDAP, que são muito parecidos com os que apareceram nas máquinas da DIEBOLD nos EUA, têm a ver com o facto de o software poder ser manipulado para adulterar o sentido do voto. As coisas estão a correr tão mal para a DIEBOLD (cujo presidente caiu na asneira de prometer a George W. Bush, em público, que faria o que pudesse para o eleger) que a companhia está a pensar desistir do negócio do voto electrónico porque prejudica todo resto da sua actividade.
Algumas pessoas advogam que um dos requisitos para garantir que o software é bom é obrigá-lo a ser open source. Não parece má ideia, mas é provavelmente insuficiente.
Em Portugal, houve já um grupo de trabalho que estudou as questões do voto electrónico e concluiu ser fundamental "manter a impressão do voto em papel, garantindo assim a possibilidade de verificação pelo eleitor de que a sua opção de voto é registada da forma tradicional e garantindo ainda a possibilidade de contagem final pela mesa de voto".
Não há dúvidas que a contagem de votos nas eleições tem tudo a ganhar com o apoio da informática. Mas o que tem estado a acontecer em vários sítios é que se confia cegamente nas máquinas, esquecendo o facto de que os computadores podem funcionar mal.
De um modo geral, os sistemas exclusivamente electrónicos estão sempre sujeitos a riscos elevados. É muito difícil garantir a segurança integral de um sistema electrónico de protecção de dados, e se queremos um bom exemplo podemos observar as recorrentes batalhas perdidas pela indústria discográfica contra a cópia de música.
Assim sendo, a única solução que parece aceitável é mesmo a manutenção do voto em papel mas realizado por máquinas de impressão e contagem e votos. Assim obtêm-se instantaneamente os resultados mas o processo é sempre auditável.
Mais info:
A Holanda também já teve a sua quota de problemas, porque já usa estes sistemas há alguns anos. Há até uma companhia (NEDAP) que tem um quase-monopólio das máquinas usadas na Holanda. E uma história engraçada (porque é lá no país deles e não no nosso) de como um grupo de peritos conseguiu provar que as máquinas são facilmente manipuláveis por pessoas estranhas antes das eleições.
Os problemas de segurança das máquinas da NEDAP, que são muito parecidos com os que apareceram nas máquinas da DIEBOLD nos EUA, têm a ver com o facto de o software poder ser manipulado para adulterar o sentido do voto. As coisas estão a correr tão mal para a DIEBOLD (cujo presidente caiu na asneira de prometer a George W. Bush, em público, que faria o que pudesse para o eleger) que a companhia está a pensar desistir do negócio do voto electrónico porque prejudica todo resto da sua actividade.
Algumas pessoas advogam que um dos requisitos para garantir que o software é bom é obrigá-lo a ser open source. Não parece má ideia, mas é provavelmente insuficiente.
Em Portugal, houve já um grupo de trabalho que estudou as questões do voto electrónico e concluiu ser fundamental "manter a impressão do voto em papel, garantindo assim a possibilidade de verificação pelo eleitor de que a sua opção de voto é registada da forma tradicional e garantindo ainda a possibilidade de contagem final pela mesa de voto".
Não há dúvidas que a contagem de votos nas eleições tem tudo a ganhar com o apoio da informática. Mas o que tem estado a acontecer em vários sítios é que se confia cegamente nas máquinas, esquecendo o facto de que os computadores podem funcionar mal.
De um modo geral, os sistemas exclusivamente electrónicos estão sempre sujeitos a riscos elevados. É muito difícil garantir a segurança integral de um sistema electrónico de protecção de dados, e se queremos um bom exemplo podemos observar as recorrentes batalhas perdidas pela indústria discográfica contra a cópia de música.
Assim sendo, a única solução que parece aceitável é mesmo a manutenção do voto em papel mas realizado por máquinas de impressão e contagem e votos. Assim obtêm-se instantaneamente os resultados mas o processo é sempre auditável.
Mais info:
O slashdot também tem uma história sobre este assunto. Parece que houve eleitores que desistiram, depois de esperar duas horas nas filas para o voto electrónico... :-(
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