Estão aí os vendedores de ciber-cábulas.
Em resposta a um sistema de avaliação irrealista, onde a classificação dos alunos depende demasiado da sua capacidade de memorização, os alunos acham-se muitas vezes no direito de copiar nos testes. Agora há quem se aproveite disso para ganhar dinheiro.
Esta manhã encontrei na caixa de email geral da empresa um email cujo assunto é "Queres copiar sem ser apanhado?". Obviamente que quem mandou este email sente-se no direito de ganhar dinheiro com a perversão do sistema de ensino. E ao enviar este email indiscriminadamente para endereços que na sua generalidade não são de estudantes, estes vendedores de tretas contam com a passividade generalizada em relação ao problema.
Já é mau que os estudantes usem cábulas, mas assim nem sequer têm que as fazer. Ora fazer as cábulas é, muitas vezes, a única ocasião em que os alunos mais preguiçosos de facto estudam alguma coisa.
"Demonstra que és inteligente", é outra das pérolas de marketing da empresa que envia este email. Os estudantes que se julguem menos inteligentes podem até ser tentados a tentar fazê-lo desta forma. Mas a verdade é que a preguiça nunca será uma boa aliada do sucesso.
Nunca é demais recordar que os jovens portugueses foram classificados como dos mais ignorantes, num ranking apresentado há alguns meses pela OCDE. Temos que compreender que a cábula, o copianço e o foco na qualificação vazia de competência são algumas das grandes causas deste problema.
O "canudo" só serve para alguma coisa se vier acompanhado de capacidade de fazer coisas com valor.
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