À minha mailbox profissional chegou hoje um email que me foi dirigido por uma empresa de outsourcing TI indiana. Já não é a primeira vez que recebo emails deste género. Mas é a primeira vez que o email é dirigido à minha pessoa e não a qualquer endereço genérico da empresa.
A oferta desta empresa é simples: colocam pessoal no país por pouco mais de metade do preço do mercado. Dão-se ao luxo de prometer que o técnico que nos disponibilizam trabalhará 9 horas por dia e 5 dias por semana e não hesitará em trabalhar horas adicionais mesmo que tenha que ser ao sábado ou domingo, se o trabalho exigir.
Na India, empresas de outsourcing como a Infotech empregam dezenas de milhares de técnicos e prestam serviços globais a centenas de empresas. Em 2004, o salário de um recém-licenciado na India era de $5.000 por ano e ao fim de alguns anos de experiência poderia estar a ganhar o dobro. Os salários têm vindo a subir, mas ainda estão muito longe dos praticados na Europa e EUA, permitindo às empresas indianas dar-se ao luxo de oferecer serviços a "metade do preço" e ainda ganharem muito dinheiro.
Nem tudo são rosas, no entanto. A qualidade dos serviços, factor largamente influenciado pela cultura e experiência de vida de quem os presta, deixa bastante a desejar. O boom inicial de off-shoring do início do milénio abrandou. Mas as empresas aprenderam as suas lições. Nesta altura já não argumentam só pelo preço. Apostam na qualidade dos seus processos e pessoal. E o outsourcing para Índia continua a crescer.
A colocação de pessoal no país da prestação de serviços é mais uma novidade. Entre outras vantagens os técnicos aprendem mais rapidamente a cultura do país do cliente mas, obrigados por um contrato estabelecido no país de origem, trabalham o que for preciso, por salários miseráveis.
Em vista desta situação, que esperança há para as empresas de TI nacionais? A exaustão do mercado dos EUA começa a tornar atraentes mercados até agora ignorados como o nosso. As empresas indianas já começaram a fazer prospecção (ainda no mês passado uma missão empresarial indiana veio sondar o mercado nacional das TI).
Concorrendo com empresas globais, fortes no preço e com uma oferta de qualidade crescente, que futuro haverá para as empresas e técnicos de TI portugueses? Seremos capazes de melhorar a nossa competência e produtividade de modo a conseguirmos resistir? Teremos inteligência e energia para tal?
(continua)
A oferta desta empresa é simples: colocam pessoal no país por pouco mais de metade do preço do mercado. Dão-se ao luxo de prometer que o técnico que nos disponibilizam trabalhará 9 horas por dia e 5 dias por semana e não hesitará em trabalhar horas adicionais mesmo que tenha que ser ao sábado ou domingo, se o trabalho exigir.
Na India, empresas de outsourcing como a Infotech empregam dezenas de milhares de técnicos e prestam serviços globais a centenas de empresas. Em 2004, o salário de um recém-licenciado na India era de $5.000 por ano e ao fim de alguns anos de experiência poderia estar a ganhar o dobro. Os salários têm vindo a subir, mas ainda estão muito longe dos praticados na Europa e EUA, permitindo às empresas indianas dar-se ao luxo de oferecer serviços a "metade do preço" e ainda ganharem muito dinheiro.
Nem tudo são rosas, no entanto. A qualidade dos serviços, factor largamente influenciado pela cultura e experiência de vida de quem os presta, deixa bastante a desejar. O boom inicial de off-shoring do início do milénio abrandou. Mas as empresas aprenderam as suas lições. Nesta altura já não argumentam só pelo preço. Apostam na qualidade dos seus processos e pessoal. E o outsourcing para Índia continua a crescer.
A colocação de pessoal no país da prestação de serviços é mais uma novidade. Entre outras vantagens os técnicos aprendem mais rapidamente a cultura do país do cliente mas, obrigados por um contrato estabelecido no país de origem, trabalham o que for preciso, por salários miseráveis.
Em vista desta situação, que esperança há para as empresas de TI nacionais? A exaustão do mercado dos EUA começa a tornar atraentes mercados até agora ignorados como o nosso. As empresas indianas já começaram a fazer prospecção (ainda no mês passado uma missão empresarial indiana veio sondar o mercado nacional das TI).
Concorrendo com empresas globais, fortes no preço e com uma oferta de qualidade crescente, que futuro haverá para as empresas e técnicos de TI portugueses? Seremos capazes de melhorar a nossa competência e produtividade de modo a conseguirmos resistir? Teremos inteligência e energia para tal?
(continua)
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