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Os prejuizos da pirataria


A Microsoft deve andar com problemas nas receitas do trimestre.
O seu braço Assoft preparou mais uma campanha acerca do combate à pirataria informática.
Foram artigos no Destak, no público, entrevistas na TSF, emails enviados por essa net fora.

Em todos eles se fala nos prejuízos de milhões causados aos fabricantes de software.

Irrita-me solenemente esta mensagem de que se os utilizadores não efectuassem cópias iriam comprar os seus produtos.
Não creio que assim fosse. Pelo menos a maioria não o iria fazer.

Passo a explicar...
Os números são escassos em dizer quais os produtos copiados. Suponho que não errarei muito se afirmar que em 95 % dos casos se trata do MS-Office. Isto porque o windows vem por omissão com quase todos os novos PC(s) adquiridos e a larga maioria dos utilizadores usa processamento de texto, folhas de cálculo, apresentações, ouve som e vê imagem e navega na internet. Ora os dois últimos vêm com o windows.

Parece-me consensual (para quem trabalha na área) de que será possível criar um sistema anti-cópia para pacotes de software. Com tanto dinheiro à disposição como a Microsoft tem porque não o faz ?

A resposta parece-me simples e já vem dos tempos do velhinho DOS. A cópia joga a favor da Microsoft. É ela (a cópia) que habitua muitos utilizadores aos seus produtos criando entraves e inércia à mudança para outros produtos.

Porque não tenhamos dúvida de que se os utilizadores trabalhassem em Open Office desde que começaram a usar um computador e se trocassem os ficheiros em ODT não iriam nunca tentar mudar para o MS-Office.

Isto termina o meu raciocínio. A cópia ilegal na realidade não é um prejuízo para os fabricantes de software mas sim um meio de aumento dos seus lucros. Habitua-os ao seu software e quando numa qualquer instituição tiverem de decidir fazem-no para o software que conhecem. E alem disso basta uma campanhazita perto do final de um trimestre menos bom e os números compõe-se.

O que podemos nós fazer ?. Várias coisas:
  1. Nunca ter cópias ilegais de software;
  2. Nunca jamais em tempo algum instalar cópias ilegais aos amigos e familiares;
  3. Explicar que existem alternativas legais (na maioria Open Office);
  4. Gastar tempo a explicar como trabalham as alternativas;

Comentários

  1. Cá por casa já só se usa o OpenOffice.

    Mas por vezes é dificil implementar estas mudanças quando as próprias escolas confundem processamento de texto com MSWord, folha de cálculo com Excel.

    É também lutando contra esta sindrome do "Codaque", que se afirma a luta contra o monopólio da MS e se afirma o sw Open Source como alternativa credível

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  2. Concordo com o Rui.
    Este trabalho deveria começar nas escolas.
    Não há nenhum motivo para a existência de software proprietário nas nossas escolas, havendo todos os motivos para utilização de software open source.
    Não sei até que ponto esta não é uma decisão do Conselho Executivo de cada escola. Não seria muito difícil de fazer uma campanha de sensibilização.

    ResponderEliminar

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