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Relatório ANETIE alerta para falhas nas "soft-skills", entre outras

Nos últimos meses, o Grupo e Trabalho das Competências, da ANETIE (Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica) realizou um trabalho de análise crítica da formação de profissionais das TI em Portugal. O resultado foi um relatório designado "Competências a reforçar na formação dos profissionais de TI em Portugal".

O relatório é baseado no resultado de um inquérito feito aos associados da ANETIE, e as respostas representam a opinião de uma parte importante das empresas empregadoras do sector nacional das TI. Este inquérito permitiu às empresas destacar as competências mais em falta nos técnicos recém-formados quando entram no mercado de trabalho.

Um dos aspectos mais curiosos dos resultados do inquérito é a grande importância que as empresas dão às soft-skills - as competências não técnicas - que acabam por ser consideradas aquelas que mais faltam aos novos profissionais. A fraca opinião que as empresas têm sobre a formação em soft-skills é patente no facto de estas terem ocupado o topo da tabela geral. De facto, no ranking das competências a melhorar, as quatro primeiras são não-técnicas.




Este relatório foi já referido no artigo do Expresso, "Competitividade por um fio" (ver imagem acima), da edição de 29/12/2007 e, durante este mês, irá ser apresentado em diversas ocasiões, culminando no dia 29 com uma conferência a realizar no auditório IBM, no Parque das Nações. Os interessados em conhecer mais pormenores sobre este trabalho deverão contactar a ANETIE.

Comentários

  1. Ou seja, as pessoas que deveriam ser fortes em "soft skills" - os gestores / as chefias - e gerir as relações humanas dentro das suas equipes e entre as suas equipes e o exterior (outras equipes) acham que os seus subordinados lhes dão demasiado trabalho.

    Ainda há muito quem ache que um cargo de gestão é um direito divino e não um trabalho, e que são os subordinados que têm realmente que fazer tudo (excluindo dar as ordens, mas incluindo convencê-los a decidir o que é melhor para eles próprios).

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  2. Apesar do anonimato, do tom inflamado a puxar para "luta de classes", aqui vai uma resposta.

    De facto este relatório apresenta a perspectiva dos gestores das empresas. E até se poderá deduzir que estes gestores acham que a formação dos recém-formados dá "demasiado trabalho".

    No entanto, a conclusão de que estes gestores acham que os subordinados é que têm que fazer tudo é absolutamente descabida e ridícula.

    O que estes gestores pensam é que as suas empresas estão a gastar tempo desnecessário a compensar este "desfasamento" entre a formação que é dada e a que é necessária. E não pensam isto por terem vontade de trabalhar menos, mas antes por terem vontade que as suas empresas trabalhem melhor.

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