Moral da história: a tua produtividade é directamente proporcional à qualidade das tuas ferramentas e à tua capacidade de as usares em todo o seu potencial.
Há muitos anos atrás, quando os viajantes andavam a pé e as casas se aqueciam com madeira, um homem ia por uma estrada solitária e encontrou um lenhador a cortar umas árvores. Como já vinha a caminhar havia horas sem encontrar ninguém, parou e tentou meter conversa.
O lenhador, por seu lado não estava muito falador. Atarefado com o seu trabalho resmungou uma resposta mal encarada ao alegre "Boas tardes!" que o viajante lhe atirara. E o "Está um lindo dia, hoje!" recebeu apenas como resposta um olhar atravessado e carrancudo.
Aproveitando para descansar um pouco, o viajante entreteve-se a observar o lenhador no seu trabalho.
Este estava nitidamente incomodado. A labuta corria-lhe mal. As árvores recusavam-se a cair e o lenhador bufava e suava. O machado resvalava e resaltava na madeira como se esta fosse mágica e invulnerável. Com muito esforço, uma árvorezita mais franzina lá se deixava abater de vez em quando.
Depois de passar um bocado a observar este triste espectáculo, o viajante perguntou ao lenhador:
- Ó bom lenhador! Não achais que é altura de parar um pouco e afiar o machado?
O lenhador, ouvindo isto explodiu:
- Não sejais idiota! Não vedes que tenho todas estas árvores para abater e não tenho tempo para isso?!? Metei-vos ao caminho e deixai-me trabalhar!
E dito isto virou as costas ao viajante, que por sua vez pegou na sua trouxa e se fez de novo à estrada, espantado com tamanho bruto.
Afinal as novas tendências de gestão não são de agora. E as suas consequências também já são conhecidas há muito. Vejam esta carta do Senhor Vauban , Engenheiro Militar e Marechal de França, dirigida ao Senhor Losvois, Ministro da Guerra de Luís XIV, datada de 17 de Julho de 1683. "Monsenhor: ... Há alguns trabalhos nos últimos anos que não acabaram e não acabarão nunca, e tudo isso, Monsenhor, porque a confusão que causam as frequentes baixas de preços que surgem nas suas obras só servem para atrair como empreiteiros os miseráveis, malandros ou ignorantes e afugentar aqueles que são capazes de conduzir uma empresa. Digo mais, deste modo eles só atrasam e encarecem as obras consideravelmente porque essas baixas de preços e economias tão procuradas são imaginárias, dado que um empreiteiro que perde, faz o mesmo que um náufrago que se afoga, agarra-se a tudo o que pode; e agarrar-se a tudo, no ofício de empreiteiro, é não pagar aos fornecedores, pagar baixos salários, ter os piores
Falta uma história em que existisse um capataz a chatear por ele estar a afiar o machado ;-).
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